sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Índios permanecem reunidos em Brasília à espera de um encontro com Lula

Índios permanecem reunidos em Brasília à espera de um encontro com Lula

Eles se manifestam contra decreto que reestrutura Funai



Luiza Seixas

Publicação: 15/01/2010 08:53 Atualização

Rosy Lee Brasil
Índios ocupam Funai desde o início da semana
Desde segunda-feira, índios de várias etnias estão reunidos em Brasília para manifestar contra o decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, segundo eles, reestrutura a Fundação Nacional do Índio (Funai) e acaba extinguindo administrações e postos do órgão que atendiam as demandas das comunidades indígenas. Durante esses cinco dias, eles fecharam a Funai, protestaram em frente ao Ministério da Justiça e, agora, aguardam encontro com o presidente Lula para pedir revogação da medida. Eles querem também que o presidente da fundação, Márcio Meira, seja afastado imediatamente do cargo, pois, como afirmam, ele formulou o documento sem ouvir a opinião dos índios.

“Essa decisão de Meira surpreendeu a todos nós. As administrações e os postos estavam dando certo e conseguindo atender à demanda da população indígena, e ele acabou com eles sem nos consultar”, reclama Caboquinho Potiguara. Para o representante indígena, a reestruturação da Funai deveria ter tido uma discussão ampla, como foi feito na criação do Estatuto do Índio. “Por isso, agora queremos um encontro com o presidente Lula. Só ele pode anular a decisão. E nós só vamos embora depois dessa conversa”, completa.

Na quarta-feira, o assessor da Secretaria Nacional de Articulação Social da presidência, Manoel Messias, recebeu os índios e anotou todas as reivindicações feitas por eles. “Ele ficou de passar para o presidente e marcar nosso encontro. A data deve ser divulgada amanhã (hoje)”, disse Jeremias Xavante.

Em Mangueirinha, no interior do Paraná, dezenas de índios guaranis e xetás também estão realizando uma manifestação. Eles bloquearam a rodovia BR-373 e ameaçaram atear fogo às torres de energia da região. Na capital do estado, um grupo de 60 índios da tribo kakané porã permanece na sede da Funai. Eles afirmam que só sairão quando o governo federal se pronunciar.

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