quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Índios protestam no Xingu contra usina de Belo Monte

Leilão da hidrelétrica está previsto para dezembro.
Povos ficaram aborrecidos com declaração de Lobão.

atualizado Por Rosylee Brasil .Da Agência Estado


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Cerca de 250 lideranças indígenas iniciaram um protesto na Rodovia MT-322, na altura do Rio Xingu, norte de Mato Grosso, em protesto contra a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, prevista para ser erguida no município de Altamira, no Pará. Amanhã, eles vão interromper a travessia da balsa do Xingu. A usina está prevista para ser oferecida em leilão em dezembro. Até agora não foram obtidas as três licenças necessárias - a prévia, a de instalação e a de operação - do Ibama.



A manifestação dos índios na Aldeia Piaraçu, na terra indígena Kapot/Jarina, foi motivada pela declaração do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, que citou "forças demoníacas que puxam o País para baixo, impedindo que haja avanços", ao referir-se aos que são contrários ao projeto de Belo Monte.



O protesto dos índios começou na quarta-feira da semana passada e deve terminar amanhã (4), na véspera de uma reunião que ocorrerá na Vila Roçada, município de Senador José Porfírio, que vai reunir lideranças indígenas, moradores ribeirinhos, procuradores da República, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e advogados. O líder indígena Megaron Txucurramae disse que os caiapós estão aborrecidos com as declarações do ministro. "Ele usou uma palavra muito feia, uma ofensa para nós e para quem defende a natureza." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Índios fazem curso para ajudar na proteção do meio ambiente em MS

atualizado por Rosylee Brasil. Do G1, com informações do Globo Rural
Índios e trabalhadores rurais de assentamentos de Mato Grosso do Sul estão recebendo orientação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para ajudar na proteção do meio ambiente. As aulas começaram numa aldeia Terena, no município de Aquidauana.



Veja o site do Globo Rural


A dança que simbolizava a preparação dos índios para a guerra hoje faz parte do ritual de recepção das pessoas que entram na aldeia. Os visitantes são analistas e fiscais ambientais que estão no local para treinar os índios. A proposta é transformá-los em multiplicadores de informação e fazer com que a comunidade Terena desenvolva ações educativas de prevenção, proteção e vigilância aos possíveis crimes ambientais.
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O treinamento vai durar três meses. Neste período, os candidatos a agentes ambientais voluntários vão participar de aulas teóricas e práticas. Os alunos representam sete aldeias, onde vivem cerca de 6 mil índios. Eles vão ser os olhos das autoridades ambientais na região.

O curso mobilizou a comunidade inteira e uma das aulas práticas ensina como combater incêndios florestais usando técnicas simples, como usando abafadores.



Os mais idosos aceitaram prontamente a ideia de formar um grupo dentro da comunidade para ajudar nas ações de conservação ambiental. Silvério Francisco, de 93 anos, testemunhou os impactos ambientais provocados pelo homem. Desde a juventude, ele faz o caminho para a roça e diz que tem saudade da fartura de alimentos e dos animais que desapareceram. “Tinha muito peixe. Peixe, tatu, onça, veado, ema. Depois de desmatado, foi embora tudo”, diz o índio.