sábado, 30 de janeiro de 2010

Na noite do dia 10 de Outubro de 2009, o presidente do México, Felipe Calderón, deu ordem para a polícia invadir e ocupar a companhia elétrica estatal

Cimi Atualizado Rosy lee Brasil Na noite do dia 10 de Outubro de 2009, o presidente do México, Felipe Calderón, deu ordem para a polícia invadir e ocupar a companhia elétrica estatal Luz y Fuerza del Centro (LyFC) e fechar a empresa. Um ato ilegal, pois o decreto que liquidava a empresa só foi publicado no dia seguinte (11/08/09). Da noite para o dia 44.000 trabalhadores/as eletricistas perderam seu emprego. Eles/as fazem parte do sindicato SME (Sindicato Mexicano de Eletricistas), que surgiu em 1914 quando as forças comandadas por Emiliano Zapata e Pancho Villa ocuparam a cidade do México. A ofensiva do governo contra o sindicato tem um objetivo claro, que é o de enfraquecer a estatal LyFC para depois privatizá-la.

A história começa em Julho de 2009 quando o SME elegeu sua nova diretoria. Quando um sindicato elege uma nova diretoria no México, ele deve notificar a Secretária de Trabalho e Prevenção Social que por sua vez emite a chamada 'toma de nota' para validar a existência do sindicato. Acontece que o secretário, Javier Lozano Alarcón, não emitiu a 'toma de nota' e desta forma fez com que o SME não fosse mais reconhecido pelo governo. Javier Alarcón alegou irregularidades nas eleições do SME, mas nunca chegou a apontar uma prova sequer sobre o assunto.

A partir daí começou uma ofensiva midiática contra os/as trabalhadores/as do SME e a estatal LyFC. A mídia corporativa começou a noticiar que a LyFC era uma empresa ineficiente e a reclamar da quantidade de dinheiro investido pelo governo na mesma. Além disso, os grandes meios chegaram a ridicularizar benefícios que os/as trabalhadores/as do SME tinham, noticiando-os como se fossem 'excessos'. Por exemplo, o acesso a 'terapia com golfinhos' que trabalha com crianças especiais e crianças com deficiências físicas. Alguns membros do SME possuem crianças que precisam desta terapia e por isso o sindicato lutou por tal benefício,mas nos noticiários de TV isso virou uma piada e mais uma forma de atacar o sindicato.

Leia a matéria completa.

Links: Blog do SME | Áudio da palestra dada por Humberto Montes de Oca Luna do SME



O primeiro passo para a privatização da energia no México foi permitir que empresas privadas pudessem vender energia para suas próprias fábricas e outras empresas. Entretanto, 50% da energia produzida por elas é vendida à Comisión Federal de Electricidad (CFE), um monopólio estatal de energia. Sendo que todas essas empresas privadas são multinacionais da Espanha, Franca e EUA.A CFE compra a energia dessas empresas pelo dobro do preço que vende, além de não cobrarem taxas de consumo de luz de grande empresas nacionais e multinacionais e até mesmo do consulado dos EUA. Entretanto, o governo nunca tomou nenhuma atitude contra a CFE, e junto com média, é somente contra a LyCF que desfere acusações de desperdício de dinheiro.

O primeiro passo para a privatização da energia no México foi permitir que empresas privadas pudessem vender energia para suas próprias fábricas e outras empresas. Entretanto, 50% da energia produzida por elas é vendida à Comisión Federal de Electricidad (CFE), um monopólio estatal de energia. Sendo que todas essas empresas privadas são multinacionais da Espanha, Franca e EUA. A CFE compra a energia dessas empresas pelo dobro do preço que vende, além de não cobrarem taxas de consumo de luz à grande empresas nacionais e multinacionais e até mesmo da energia usada pelo consulado dos EUA. Entretanto, o governo nunca tomou nenhuma atitude contra a CFE. Talvez porque através dela já existe um esquema de privatização disfarçado que o governo apoia.

São mais de 3 meses de luta dos/as trabalhadores/as do SME contra este ato ilegal do governo e o processo de privatização. De acordo com a constituição do México o presidente (poder executivo) não tem autoridade para extinguir uma empresa pública e mandar embora seus/suas trabalhadores/as. O poder judicial, que está do lado de Calderón, poderia ter entrado com um pedido de julgamento político contra o presidente, que provavelmente seria retirado do poder por causa de suas ações. O poder legislativo também não reagiu para confrontar este ato ilegal. Um golpe fortíssimo contra um dos mais antigos sindicatos do México. Já são mais de 100 dias sem receber seus salários, as contas bancárias foram congeladas e não foram pagos nenhum dos direitos trabalhistas, outra violação da lei cometida pelo governo através do secretário Javier Alarcón.

O movimento se sustenta através do apoio do povo mexicano, de suas famílias e de organizações internacionais. Ele vem promovendo manifestações e também campanhas de boicote, chamando a população a se recusar a pagar sua conta de luz. São 95 anos de existência e resistência, de acordo com Humberto Montes de Oca Luna, secretário do interior do SME: "O sangue revolucionário dos/as trabalhadores/as que estavam junto com Zapata e Pancho Villa em 1914 segue nas veias dos/as trabalhadores/as de hoje do SME. E por isso, essa geração de eletricistas não será a geração que vai entregar o patrimônio que temos, dos/as nossos/as irmãos/ãs que lutaram antes de nós".

Eles pedem por 3 formas de apoio:

1) Promover informações sobre este ato ilegal do governo mexicano;

2) Promover ações em prédios do governo mexicano como consulados e embaixadas pedindo por uma solução justa para os/as do SME;

3) Apoio financeiro - o SME teve suas contas bancárias congeladas, suas linhas de telefone foram cortadas, os advogados que estão no caso já ameaçaram abandoná-lo se não forem pagos, os jornais que publicam anúncios do SME já cortaram a parceria e os/as trabalhadores/as do SME estão sem receber (apesar de não ter dinheiro o SME não mandou nenhum/a trabalhador/a embora). As milhares de famílias dos/as trabalhadores/as estão sem ter uma renda desde Outubro de 2009.

10 anos resistindo contra a privatização:

1999: O presidente Ernesto Zedillo Ponce de León quis modificar a constituição para poder vender as empresas públicas e o SME e o povo mexicano conseguiram barra o processo.

2000-2006: O presidente Vicent Fox tentou fazer o mesmo, mas por outros meios, propondo que o serviço público deveria servir apenas os cidadãos e que empresas privadas deveriam servir os grandes consumidores (empresas e fabricas). Processo que também foi barrado pelo SME e o povo mexicano.

Em Assembleia, Índios do Ceará debatem e reivindicam direitos

28 de Janeiro de 2010 - 13h05



Atualizado Rosy Lee Brasil Em Assembleia, Índios do Ceará debatem e reivindicam direitos
Representantes dos 14 povos indígenas de 17 municípios se reúnem na XV Assembléia Estadual dos Povos Indígenas do Ceará, que acontece esta semana, de 26 a 30, na Aldeia Matões, em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza. O tema central do encontro é “Progresso e respeito aos povos” e do programa constam debates sobre a situação das terras indígenas, políticas públicas e espiritualidade. Estão previstas também visitas, lançamento de livro e apresentações culturais.
Cerca de 260 delegados devem participar da Assembléia, avalia Antonio Ricardo Domingos da Costa, mais conhecido como Dourado Tapeba, integrante da Comissão Organizadora. Para ele, um dos pontos principais das discussões será a questão fundiária. “Queremos a demarcação e regularização das terras. Sem terra regularizada não podemos produzir nem construir escolas”, diz. A maior parte dos processos, lembra ele, está na Justiça. Segundo Dourado, apenas o processo referente a área dos Tremembés de Acaraú-Itarema, na região norte do Ceará, está concluído e homologado.

A busca de viabilização de políticas públicas, especialmente relativas à saúde e educação, é outro assunto de destaque na Assembléia. Reivindicações nesse sentido serão formalizadas no documento final a ser enviado às autoridades. Quanto à espiritualidade indígena, Dourado comenta ainda que na programação será expressa por meio de danças como o toré e o torém. “Outros rituais a gente não gosta de divulgar não”, explica.

Pesquisador da cultura indígena, o professor do curso de Psicologia da Universidade Federal do Ceará – Campus de Sobral, Babi Fonteles, coordena o curso de Magistério Indígena Superior Intercultural dos Povos Pitaguary, Tapeba, Kanindé, Jenipapo-Kanindé e Anacé (Misi-Pitakaja). Para ele, o fato de ser a décima-quinta edição da Assembléia, mostra a continuidade do movimento indígena local que começou ganhar força em meados dos anos 1980.

O encontro, em sua opinião, é o momento por excelência para os representantes das etnias debaterem, avaliarem e planejarem. A educação, diz Babi, é um dos temas centrais nas estratégias de luta. “Um conjunto de comunidades já se mobiliza por conta da educação”, ressalta.

Veja aqui a programação do encontro

Fonte: Agência da Boa Notícia