quinta-feira, 30 de abril de 2009

Em Cima da Hora Quinta-feira, 30/04/2009

Em Cima da Hora



Termina hoje o prazo para que os arrozeiros e outras pessoas que não sejam índios deixem a reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima. Para evitar confrontos, a PF e a Força Nacional estão na região.

Arrozeiros fazem manifestação contra saída de reserva indígena em Roraima 30/04/09 - 19h21

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30/04/09 - 19h19 - Atualizado em 30/04/09 - 19h21

Arrozeiros fazem manifestação contra saída de reserva indígena em Roraima
Prazo para não-índios deixarem o local termina à meia-noite desta quinta.
Produtores colocaram caminhões e tratores em praça de Boa Vista.

Do G1, em São Paulo
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Produtores de arroz levaram fizeram uma manifestação com tratores e caminhões na tarde desta quinta-feira (30), na Praça do Centro Cívico, em Boa Vista. Eles reclamam da ordem judicial de desocupação da terra indígena Raposa Serra do Sol. O prazo dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para a saída pacífica dos não-índios da reserva termina à meia-noite desta quinta-feira.

"Nosso objetivo é protestar e mostrar que não estamos mortos. Podemos estar numa situação difícil, mas não abaixamos a cabeça e nem estamos com medo. Os homens e mulheres de Roraima andam de pé e não de joelhos”, disse o produtor Paulo César Quartiero, organizador da manifestação, à reportagem da Agência Brasil (órgão oficial de informação ligado ao governo brasileiro).



'Zoológico humano'
O governador de Roraima, José de Anchieta Júnior, disse, nesta quinta-feira, que não vai pedir mais tempo para que a população não-indígena deixe a reserva Raposa Serra do Sol. “Não pretendo, não vou discutir. Esse assunto já foi discutido exaustivamente. Aquilo vai se transformar num verdadeiro zoológico humano. Sem a menor condição de sobrevivência, sem contato com o branco, o que vamos ver lá serão animas humanos”, disse ele.



Ainda de acordo com a Agência Brasil, não há resistência por parte das pessoas que não saíram da reserva, mas faltaria logística para isso. “São pessoas que estão lá há quatro gerações e não têm para onde ir, nem como se locomover”, afirmou o governador.



Segundo ele, cerca de um milhão de sacas de arroz vão se perder sem serem colhidas em função da retirada dos arrozeiros da área.





Funai

A Administração Regional da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Boa Vista informou que 28 famílias de agricultores brancos ainda estão na reserva. Destas, 24 já tiveram indenizações depositadas em juízo.



Todas as famílias devem deixar a área até o fim do dia, sob pena de serem retiradas pela Polícia Federal a partir desta sexta-feira (1º). A Funai pretende intermediar a relação entre as diversas etnias indígenas na reserva. Segundo a fundação, 18 mil índios são representados por associações divergentes.