quinta-feira, 21 de maio de 2009

Índios do Morro do Osso aguardam decisão do goverrno federal.Indios"caiguangues"

Índios do Morro do Osso aguardam decisão do governo federal


21/05/09

Por Paula Bianca Bianchi












Liminar vai, liminar vem e os índios caiguangues do Morro do Osso continuam no Morro do Osso. O grupo, que ocupou a área em 2004, espera por uma decisão do governo federal sobre a autenticidade do local como território indígena. Enquanto isso, parece fazer pouco caso das ações de reintegração de posse da prefeitura, que no começo de maio perdeu mais uma vez.

Na manhã desta quinta-feira algumas índias podiam ser encontradas tranqüilamente tecendo cestas de vime à sombra das árvores, conversando e apreciando a vista do Guaíba. A aldeia fica no topo do bairro Tristeza, entre o Sétimo Céu e a entrada do Parque Natural do Morro do Osso - uma das áreas mais visadas pelos especuladores imobiliários de Porto Alegre.

A prefeitura argumenta que os índios causam um grave dano ambiental ao parque, um dos restinhos de Mata Atlântica na cidade. Os caiguangues, que também ajuizaram uma ação na Justiça requerendo a posse da área de 127 hectares, alegam que o local já teria sido ocupado por seus antepassados.

Para o juiz federal Márcio Rocha, que analisou o recurso do Ministério Público Federal, a remoção não leva em conta qualquer estudo antropológico, de sustentabilidade ou qualquer aspecto de defesa dos interesses da comunidade caiguangue. “A relocação não é feita para uma área tradicionalmente ocupada pelos índios, sustentável e adequada, mas para qualquer área, desde que não seja o Morro do Osso”, afirma.

Em novembro os caiguangues acamparam em frente à sede da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Passo Fundo para ver se alguém tomava alguma providência. A ação resultou em um compromisso da Funai nacional de criar um grupo de trabalho (GT) para averiguar a situação do parque e da comunidade até o fim de julho.

Por enquanto ninguém se manifestou sobre o GT e mesmo a Funai gaúcha não tem muitas informações do andamento do caso em Brasília. “Eles se comprometeram em fazer um estudo para ver se essa área é ou não indígena”, explica o administrador regional do órgão, João Alberto. “Espero que façam.” E os índios caiguangues do Morro do Osso continuam no Morro do Osso.

Tags: caiguangues, índios, morro do osso

MS é o "campeão" em assassinato de índios em 2008, revela CIMI

21 de Maio de 2009 - 06:34

MS é o "campeão" em assassinato de índios em 2008, revela CIMI
Dourados News


Dos 60 assassinatos de indígenas ocorridos no Brasil inteiro em 2008, 42 vítimas eram Guarani Kaiowá do Mato Grosso do Sul. Os outros assassinatos ocorreram no Maranhão (3), Minas Gerais (4), Alagoas (2), Pernambuco (2) e Tocantins (2). Os dados são do Relatório de Violências Contra Povos Indígenas 2008 (leia aqui), divulgado pelo Conselho Indígenista Missionário (Cimi).

Em 2003 foram 13 assassinatos no Mato Grosso do Sul, em 2004 foram 16, em 2005 foram 28, mesmo número de 2006. Em 2007foram 53 e no ano passado 42, o que representou 70% de todos os assassinatos de indígenas no Brasil. Nesse número, a maioria dos casos foi de assassinato entre os próprios indígenas, por desentendimentos ou vingança.

Segundo o relatório do Cimi, em 2008 houve ainda no Mato Grosso do Sul, 16 ocorrências de tentativas de homicídio, com 21 vítimas individuais e dois casos em que grupos de indígenas foram atacados por tiroteios.

Entre os Guarani Kaiowá, sete casos foram motivados por briga ou por roubo. Não-indígenas foram responsáveis por cinco tentativas de assassinatos nessa região. Em quatro casos a autoria não foi confirmada. Em todas as tentativas de assassinato praticadas por indígenas foram usadas armas brancas (facas ou outro objeto cortante).

“Destaca-se, ainda no Mato Grosso do Sul, o caso dos seguranças de uma fazenda, atirando contra indígenas que colhiam lenha, em local fora desta propriedade. Chama atenção o comportamento de representantes de órgãos públicos. A administradora regional da Funai foi a uma reunião em escola da aldeia Jaguapiru acompanhada por Agentes da Operação Sucuri. Na ocasião, os policiais atiraram contra o cacique Renato de Souza”, lembra o relatório.

Homicídio culposo

Houve quatro registros de homicídios culposos, quando não há a intenção de matar, em casos de acidentes e atropelamentos de indígenas.

Suicídio

Os suicídios também aumentaram de 2007 para 2008, de 28 para 34 (21% a mais). Dos 34 suicídios, apenas dois foram cometidos por mulheres. Em quatro casos não consta o gênero do indígena, nos demais 28 casos tratam-se de homens.

Suicidou-se uma pessoa ingerindo veneno, duas pessoas– um pai e um filho – utilizaram uma arma de fogo, uma pessoa se estrangulou e os demais (30) se enforcaram, utilizando corda, camisetas, cintos, panos e um fio elétrico. Em seis casos, o indígena havia consumido bebidas alcoólicas.

“Observa-se que o número de vítimas menores de 18 anos diminuiu de 13 para nove no último ano. Ao contrário, o número de suicídios de adultos aumentou de seis para 25. Mesmo assim, trata-se, na maioria dos casos, de adultos jovens, visto que 19 dos adultos tinham entra 18 e 27 anos. Ou seja, 27 das 34 vítimas tinham menos de 27 anos”, explica o relatório.

Por que eles se suicidam?

O Cimi tentou explicar a razão. “O suicídio costuma acontecer quando um problema psiquiátrico ou psicológico é somado a alguma forma de estresse intenso. Tendo em vista a realidade vivida pelos Guarani Kaiowá, o fator de estresse intenso está onipresente. Como foi apresentado neste relatório, vivem extremamente confinados, enfrentam desemprego ou exploração no emprego, convivem com a pobreza, fome, falta de assistência, rejeição da sociedade envolvente, abuso de álcool, violência, desestruturação social e, para completar, falta perspectiva. Portanto, na vida dos Guarani Kaiowá é necessário apenas um problema de ordem mental para criar as circunstâncias para um suicídio”, disseram os técnicos.

Parece brincadeira...

O relatório foi divulgado na mesma semana em que um Doutor em antropologia social pelo Museu Nacional no Rio de Janeiro e professor pela Universidade Federal da Paraíba, o antropólogo Fábio Mura - que desde 1991 estuda a etnia Guarani Kaiowá – disse que os 34 índios da etnia que cometeram suicídio no ano passado em Mato Grosso do Sul fizeram isso não só pela falta de terras, mas também por "amor e paixão".

Segundo ele, paixão, o amor proibido e o conflito de gerações afetam tragicamente os Guarani Kaiowá. “Não dá para dizer que seja efeito direto e simples da falta de espaço. Existe uma conjunção entre esses fatores estressantes para a organização social e fatores mais íntimos, que vêm da educação, da visão cosmológica dos Guarani Kaiowá, em que o indivíduo em sua formação psicológica é muito contido, fechado e suscetível às relações afetivas dentro do mundo doméstico”, afirmou o antropólogo em entrevista à Agência Brasil.

Ainda conforme Mura, muitos jovens indígenas dizem que o homem branco sabe lidar com a paixão, mas eles não. Por causa disso, até jovens e crianças Guarani Kaiowá cometem suicídio. “Há registros de suicídio de uma menina com nove anos. Os conflitos geracionais fazem com que o jovem queira fugir do controle social, que é esmagador dentro do contexto familiar. (...) Quando ocorre uma briga com a mãe ou com o pai, em situação pública especialmente, em que o jovem sinta-se ridicularizado ou maltratado, ele pode atingir um estado que chama nhemyrô”, explica.

O nhemyrô é uma profunda mágoa, que causa perda da consciência e leva a pessoa a sentir-se chamada pelos espíritos de companheiros que se suicidaram ou estão mortos. “

Desabafo

"Nós estamos amontoados em pequenos acampamentos. A falta de espaço faz com que os conflitos fiquem mais acirrados, tanto por partes dos fazendeiros que querem nos massacrar, quanto entre os próprios indígenas que não tem alternativa de trabalho, de renda, de educação", lamenta a liderança Anastácio Peralta.

Anastácio avalia que os assassinatos e suicídios entre indígenas acabam gerando maior preconceito contra as comunidades. "Com isso, os meios de comunicação divulgam só as brigas e mortes, mas não analisam como estamos vivendo. A polícia vem rapidamente prender um índio que fizer algo errado. Mas se algo for feito contra ele, não são tomadas providências".

A população Guarani Kaiowá é composta por mais de 44,5 mil, de acordo com dados da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) de 2009. Desse total, mais de 23,3 mil estão concentrados em três terras indígenas (Dourados, Amambaí e Caarapó), demarcadas pelo Serviço de Proteção ao Índio (criado em 1910 e extinto em 1967), que juntas atingem 9.498 hectares de terra.


Veja todas as Notícias
--------------------------------------------------------------------------------
imprimir enviar por e-mail voltar

ufa as armas eram utilizadas para caça dos índios

ufa as armas eram utilizadas para caça dos índios

/ brasil / Operação da PFCELULAR RSS O Portal de Notícias da Globo

20/05/09 - 16h14 - Atualizado em 20/05/09 - 16h14

PF apreende dez armas em aldeias indígenas no ES
Delegado disse que vai apurar se armas eram usadas para caça ou crimes.
Ninguém foi preso na ação, que foi acompanhada pela Funai e PM.

Do G1, em São Paulo
Tamanho da letra
A- A+
A Polícia Federal (PF) apreendeu dez armas e munições durante uma operação em duas aldeias indígenas em Aracruz (ES), nesta quarta-feira (20). Ninguém foi preso na ação, que foi acompanhada por representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai) e pela Polícia Militar.







PF apreende dez armas em aldeias indígenas no ES (Foto: Divulgação/PF)



O delegado da PF Fernando Amorim, responsável pelas investigações, explicou que houve um aumento no número de ocorrências de furtos e assaltos nas aldeias Caieiras Velhas e Irajá, de índios da etnia tupiniquim. As investigações ainda apontaram indícios de tráfico de drogas e prostituição dentro das aldeias.



“Fizemos um levantamento de todos os moradores das aldeias para tentarmos localizar o foco de criminalidade. Cumprimos mandados de busca em apreensão em seis residências, onde encontramos as armas. Nenhuma quantidade de droga foi apreendida”, afirmou Amorim ao G1.



Segundo o delegado, a PF vai investigar se as armas eram utilizadas para caça dos índios ou foram usadas em crimes.


Os materiais apreendidos foram encaminhados à sede da Policia Federal em Vila Velha (ES), onde ficarão à disposição da Justiça. A Polícia Militar informou que vai passar fazer o policiamento nas aldeias.


Leia mais notícias de Brasil