segunda-feira, 22 de junho de 2009

Indígenas lançam cooperativa de turismo em Roraima

Indígenas lançam cooperativa de turismo em Roraima
Plantão | Publicada em 22/06/2009 às 14h39m
Portal Amazônia


BOA VISTA - Fomentar o desenvolvimento sustentável de comunidades indígenas por meio do turismo étnico e ecológico. Esta é a proposta da Cooperativa Indígena de Turismo do Estado de Roraima Moori Paata (Beleza da Terra na língua Macuxi), lançada no último sábado na comunidade Nova Vida, no município do Uiramutã, nordeste de Roraima. O governador Anchieta Júnior (PSDB), convidado para participar do lançamento junto com outros secretários, foi recebido pelo presidente da Cooperativa, Jeremias Vieira da Silva, na cachoeira do Urucá. O pronunciamento oficial foi realizado na Comunidade Nova Vida, com a presença de dezenas de indígenas da região.

- A ideia é nova, nasceu há pouco tempo. Queremos quebrar paradigmas quando dizem que o índio não administra, não trabalha, que tem a terra e vai ficar parado - disse o presidente da Cooperativa Jeremias da Silva ao jornal Folha de Boa Vista.

A cooperativa teve como objetivo, segundo ele, mostrar que os indígenas estão atentos às oportunidades de mercado. Mas reconhecem que ainda não estão prontos para atender a demanda ideal em curto prazo. De início a cooperativa irá trabalhar apenas com a estrutura existente.

O pensamento é explorar as belezas das cachoeiras como também as paisagens. Posteriormente os indígenas pretendem se organizar e criar infraestrutura adequada para atender os turistas, como pousadas e restaurantes, de maneira legal.

- A cooperativa já está registrada na OCB [Organização das Cooperativas Brasileiras] e em pouco tempo teremos condições de proporcionar uma estrutura legal para os turistas. Fizemos o lançamento aqui para trabalhar com o que temos - frisou.

O presidente da cooperativa acredita que a permanência de turistas nas reservas indígenas Raposa Serra do Sol e São Marcos (em Pacaraima, norte do Estado) se dará de maneira legal, segundo as exigências dos indígenas, pela agência que os representa.

- Isso que estamos fazendo hoje é algo histórico para o Estado, queremos fazer parte do PIB [Produto Interno Bruto] do Estado - destacou.

Em discurso, o governador de Roraima, Anchieta Júnior, destacou a importância da criação da cooperativa e afirmou que as comunidades deram o primeiro passo rumo a uma economia sustentável, capazes de se organizar em prol crescimento próprio.

- Existem também as belezas de Normandia e Pacaraima que não podem ser desprezadas. Estamos atuando no apoio. Com esse modelo de cooperativa, eles vão conseguir tirar dividendos culturais econômico-político para que tenham dignidade - ressaltou.

Para o secretário do índio, Jonas Marcolino, o momento representa o plantio da semente do desenvolvimento, pois estão buscando meios de caminhar sozinhos.

- Estamos começando a caminhar com as próprias pernas, não desmerecendo, é claro, toda ajuda que recebemos do governo, mas a população indígena precisa destas iniciativas para se firmar - disse.
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22/06/09 - 07h01 - Atualizado em 22/06/09 - 09h40

Governo propõe parcerias para desenvolvimento da Amazônia
No 'Café com o Presidente', Lula falou sobre programas do governo.
Ideia é combinar produção agrícola e preservação da floresta.

Do G1, em São Paulo
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou em seu programa de rádio semanal, o “Café com o presidente”, que foi ao ar na manhã desta segunda-feira (22), sobre os projetos do governo para a Amazônia lançados na semana passada.

"Primeiro nós tínhamos lançado o Mutirão Arco Verde, que era uma ideia da gente diminuir o desmatamento na Amazônia. E para que não ficasse a ideia de que nós queríamos apenas proibir e castigar pessoas ou punir pessoas, lançamos o programa Terra Legal. E o programa Terra Legal significa que a gente vai regularizar quase 300 mil propriedades no campo, nos próximos três anos", explicou o presidente
Lula disse ainda que o governo quer trabalhar com os governadores da região Norte do país e com os prefeitos das 43 cidades que são responsáveis pelo maior percentual de desmatamento. "Uma parceria para que a gente combine a produção agrícola, a utilização correta da floresta para produzir madeira e, ao mesmo tempo, garantir que o governo federal vai contribuir com a população que vai preservar", afirmou.

De acordo com o presidente, o governo quer tratar os agricultores como parceiros e "estabelecer uma lógica de procedimentos entre o governo federal, o governo estadual, prefeitos e os produtores, para tirar proveito da manutenção da floresta".

O presidente também fez um balanço do programa Mais Alimento, lançado no meio do ano passado para ajudar a desenvolver a agricultura familiar no país e combater a crise da alta no preço dos alimentos.

"O incremento na produtividade, mesmo com as secas e enchentes, que tiveram impactos negativos nos resultados, foi de 7,8 milhões de toneladas. Na produção de leite, por exemplo, o aumento de produtividade chegou a 18,25% e na produção de mandioca foi de 13,4%", exemplificou.