quinta-feira, 28 de abril de 2016

temer o temor da população brasileira , A paz social virou um inferno social.

Atualizado por Rosy Lee Brasil CIMIAposentadoria só aos 65 Data: 28/04/2016 Veículo: O GLOBO - RJ Editoria: PAÍS Jornalista(s): GERALDA DOCAPágina: A03Assunto principal:DEMARCAÇÃO DE TERRAS FUNAI INDÍGENAS Tamanhoda fonteA -A +Veja a página da matériaVeja a matéria no site de BRASÍLIA- Caso o Senado afaste a presidente Dilma Rousseff do cargo, o vice-presidente Michel Temer pretende enviar ainda em maio propostas de duas reformas de impacto: da Previdência e a trabalhista. A revelação foi feita ao GLOBO pelo ex-ministro Roberto Brant, que comandou o Ministério da Previdência no governo Fernando Henrique e, por designação de Temer, formula políticas para o setor.Entre as principais mudanças para a aposentadoria está a fixação de idade mínima de 65 anos para homens e mulheres, que há anos vem sendo cogitada pelo Palácio do Planalto, mas sofre forte oposição de representantes de trabalhadores, incluindo a CUT, da base do governo. Também está prevista a desvinculação dos benefícios previdenciários e assistenciais (para deficientes e idosos de baixa renda) do salário-mínimo. Esses benefícios passariam a ser corrigidos anualmente apenas pela inflação.Em compensação, a política de valorização do salário-mínimo, com possibilidade de ganhos reais (fórmula que considera o crescimento da economia, mais a inflação), se tornaria definitiva para trabalhadores na ativa. Hoje, sua vigência vai até 2019.Na área do trabalho, a ideia é permitir que acordos firmados entre empresas e sindicatos prevaleçam sobre as regras da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), desde que assegurados diretos básicos previstos na Constituição, como férias remuneradas, respeito ao saláriomínimo e pagamento de décimo terceiro.Segundo Brant, as duas propostas de reformas devem ser enviadas nas primeiras semanas de governo para dar uma sinalização positiva aos mercados e aproveitar o respaldo do Congresso. Ele afirmou que Temer deverá se envolver nas negociações com os parlamentares para aprovar as reformas antes das eleições de outubro.- Temer tem condições de fazer as reformas. Deverá enviar as propostas nas primeiras semanas de governo e usar toda a sua experiência, como ex-presidente da Câmara e deputado, para convencer os parlamentares. Se deixar para depois, já era. Essas são as duas principais reformas. O resto são ajustes - disse Brant.ROMBO ESTIMADO ESTE ANO EM R$ 133,6 BILHÕES Cotado para assumir o Ministério do Trabalho e Previdência, segundo fontes ligadas a Temer, Brant disse que ainda não foi convidado. Frisou, porém, que não pretende aceitar, porque as mudanças precisam de "sangue novo", pessoas mais jovens com disposição para enfrentar desafios. Ele foi o responsável pela consolidação do programa econômico formulado ano passado pelo PMDB, "Uma ponte para o futuro".Brant explicou que a proposta de reforma da Previdência deverá incluir regras de transição para quem já está no mercado de trabalho, mas num período curto (entre cinco e dez anos), sob alegação de que as contas públicas não podem esperar. Em 2016, o rombo da Previdência Social está estimado em R$ 133,6 bilhões. Segundo estimativas oficiais, as despesas com o regime de aposentadoria, que equivalem a 7,95% do PIB, chegarão a 17,2% em 2060, se nada for feito.A desvinculação do salário-mínimo dos benefícios previdenciários e assistenciais, disse Brant, é essencial para reduzir a pressão dos gastos da Previdência. Já a política de valorização do salário-mínimo com ganho real é bem vista no grupo político de Temer, por repassar ganhos de produtividade para os trabalhadores.Brant disse que faltam cálculos e projeções para definir detalhes da reforma e prazos de transição. Também ainda se estuda a necessidade de outro critério, além da idade mínima, para evitar aumento inesperado da despesa diante do envelhecimento rápido da população e do aumento da expectativa de vida. A reforma, destacou, pretende acabar com a aposentadoria por tempo de contribuição e com o Fator Previdenciário, alvo de críticas das centrais sindicais.MUDANÇAS TAMBÉM NA CLT No caso da reforma da CLT, Brant explicou que a ideia é permitir que o acordado possa prevalecer sobre o legislado - em acordos coletivos, feitos por sindicatos e empresas -, desde que preservados direitos básicos previstos na Constituição. Destacou ainda que as empresas não poderão unilateralmente cortar direitos e que tudo precisará ter o aval dos sindicatos dos trabalhadores. Em momentos de crise como o atual, sindicatos e patrões poderiam optar por reduzir livremente salários e jornadas, em vez de promover demissões. Também poderiam negociar o parcelamento no pagamento de benefícios, como férias e décimo terceiro, desde que em acordo com os sindicatos da categoria.Brant lembrou que as linhas gerais da reforma da Previdência estão em acordo com os estudos já apresentados pela equipe econômica de Dilma. Mas disse esperar um "jogo pesado" do PT.- Vão tentar jogar a sociedade contra Temer - disse Brant.Para o pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) Marcelo Caetano, que participou da elaboração das últimas reformas da Previdência, Temer precisará construir o consenso mínimo entre as áreas envolvidas (Fazenda, Planejamento e Previdência), e submeter a proposta a uma análise da Casa Civil, para evitar brechas jurídicas. Temer se encontrou ontem com representantes da bancada ruralista. Os deputados, que votaram em peso pelo impeachment da presidente Dilma, saíram satisfeitos do encontro. Além de receberem do vice o compromisso de que será escolhido um ministro da Agricultura "à altura" da pasta, que terá, segundo eles, mais autonomia e status do que hoje, os parlamentares perceberam sinais de que os movimentos sociais no campo não terão vida fácil. Temer pretende colocar o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), responsável pelas políticas para assentados e agricultores familiares, sob o guarda-chuva do novo Ministério da Agricultura.Os deputados demonstraram preocupação, por exemplo, com as ações do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que promete reagir a uma eventual retirada de Dilma do poder. A resposta de Temer veio por uma analogia aos dizeres da bandeira do Brasil: - No meu governo não vou abrir mão do lema da bandeira do Brasil. E nela a ordem vem antes do progresso - teria dito o peemedebista.Após críticas dos parlamentares presentes na reunião, Temer também sinalizou que poderá rever as cerca de 30 portarias publicadas recentemente pelo governo, e que aceleraram demarcações de terras indígenas. A medida faz parte do esforço do Palácio do Planalto para destravar demandas represadas. A bancada quer indicar o ministro da Agricultura, além de órgãos ligados à pasta, como Incra e Funai. Também pediu a Temer que "tire a ideologia desses órgãos".(Colaborou Letícia Fernandes)Temer: "A ordem vem antes do progresso"

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Estimulanet.com: Mentira: 50 mil imigrantes Haitianos possuem titulo de eleitor

Estimulanet.com: Mentira: 50 mil imigrantes Haitianos possuem titulo de Só espero que no futuro  brasileiros e estrangeiros que receberam visto e cidadania , guerra interna como está acontecendo na Rússia. Dilma Rousseff e seus coligados o que vocês estão fazendo com o Brasil. 

sexta-feira, 9 de maio de 2014

indigenas presos em faxinalzinho

Rádio Uirapuru > PolíciaPublicada em: 09/05/2014 , por Jornalismo Rádio UirapuruA A A Atualização Rosy Lee Brasil Indígenas presos em Faxinalzinho estão sendo levados para a Pasc Os cinco foram trazidos inicialmente para a Delegacia da Policia Federal de Passo Fundo  Créditos: Jornalismo Acácio SilvaSuspeitos chegara em Passo Fundo no final da tarde            Os cinco indígenas presos pela Polícia Federal de Passo Fundo na tarde desta sexta-feira, em Faxinalzinho, na região Norte do Estado, estão sendo levados para o Penitenciária  de Alta Segurança-Pasc, em Charqueadas. Os cinco foram trazidos inicialmente para a Delegacia da Policia Federal de Passo Fundo, onde chegaram por volta das 18h45m, mas em seguidas já saíram com destino a Charqueadas.       Os cinco estão com prisão temporário decretada pela Justiça Federal de Erechim pelo envolvimento na morte dos irmãos, Anderson de Souza, 26 anos, e Alcemar de Souza, 41 anos, registradas no último dia 29, num conflito naquele município. O delegado Mário Luis Vieira disse que os cinco vão responder por homicídio qualificado. A pena para o crime é de 12 a 30 anos de reclusão. Outros suspeitos de envolvimento ainda estão sendo investigados.      Na chegada dos presos na Delegacia de Policia Federal, localizada na avenida Sete de Setembro, vários populares se aglomeraram no local, alguns gritando assassinos, assassinos. Os indígenas foram levados rapidamente para o interior da delegacia, onde ficaram por cerca de meia hora, saindo em seguida com destino a Charqueadas.  

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Declaração dos povos Guarani Kaiowas

Atualizada por Rosy Lee Brasil Declaração dos povos Guarani Kaiowá reunidos em sua Grande Assembleia - Aty GuasuPor Guarani Kaiowá 20/04/2014 às 21:11Nesse Dia do Índio, era para estarmos cantando, dançando, mas estamos aqui com o coração na mão. Temos ordens de reintegração de posse contra nossas aldeias, que podem acontecer a qualquer momento, com toda a violência da polícia e do fazendeiro. Eles continuam nos ameaçando e nos matando de várias formas, principalmente nossas lideranças.LEIA MAISDeclaração dos povos Guarani Kaiowá reunidos em sua Grande Assembleia - Aty Guasu14 a 18 de Abril de 2014Nesse Dia do Índio, era para estarmos cantando, dançando, mas estamos aqui com o coração na mão. Temos ordens de reintegração de posse contra nossas aldeias, que podem acontecer a qualquer momento, com toda a violência da polícia e do fazendeiro. Eles continuam nos ameaçando e nos matando de várias formas, principalmente nossas lideranças.A presidente, os deputados, os juízes, são também responsáveis por todos os crimes que os fazendeiros e seus capangas cometem. São todos assassinos: matam com suas canetas, quando não demarcam nossas terras tradicionais, quando fazem leis contra nós, quando soltam liminares para nos expulsar de nossa própria terra.Entramos para retomar nossas terras e a falsa Justiça fica do lado do fazendeiro. Mas quando o fazendeiro atropela o indígena pelas estradas, quando atira em nós, quando manda matar as lideranças, então os juízes ficam quietos, não fazem nada. A lei é só para o branco?A Constituição de 1988 nos garante o direito a terra, mas isso fica só no papel, por que o branco não cumpre suas próprias leis. Os últimos governos, de Lula e Dilma, demarcaram menos terras do que os governos anteriores. Hoje só vemos o derramamento do sangue do nosso povo.Resistimos desde 1500. A essa altura, em 2014, não temos mais nada a provar. Essas terras são nossas, e elas estão respingadas de sangue. Quando o branco chegou aqui, já nos encontrou. Nós chegamos primeiro. Hoje não queremos tudo, queremos apenas um pedaço da terra, onde viveram e morreram nossos ancestrais, para estar em paz com a nossa família.Porém, se não tiver demarcação, vamos fazer a nossa auto-demarcação, e vamos retomar tudo, porque sabemos que na verdade tudo é nosso. Não conhecemos o medo. Nós sabemos quem somos, e estamos unidos. Podem tirar o Guarani Kaiowá da terra, mas não podem tirar a terra do Guarani Kaiowá.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Expurgo Maranhão:Agricultora tenta atear fogo no próprio corpo

Notícias Agrícolas Publicado em 26/02/2014 15:46Atualizado em 26/02/2014 17:02 Expurgo do Maranhão: Agricultora tenta atear fogo no próprio corpo ao ser expulsa de casa pela Funai A agricultora Maria Vilma da Silva tentou atear fogo no próprio corpo como forma de protesto contra a operação de limpeza étnica da Funai numa área demarcada como indígena no Maranhão. Segundo informações da polícia, Maria Vilma se recusou a deixar a própria casa e resolveu atear fogo em seu corpo, mas foi contida e presa pela Polícia Federal por desobediência. A agricultora foi levada para a base da Polícia Federal, em São João do Caru onde foi ouvida pelo delegado federal e transferida para a sede da PF, na capital, onde tomarão as devidas providências.O episódio fez a Secretaria Geral da Presidência da República proibir a cobertura jornalística da operação. No momento, apenas os homens do Exército, da Força Nacional, do Incra-Ma, Polícia Federal e Funai estão tendo acesso a área indígena. Vejam quem são dos planadores de maconha e "fazendeiros" que o Governo Dilma Rousseff está violentando no Maranhão: O Governo segue com sua estratégia de desqualificar os agricultores como forma de legitimar o expurgo étnico. A agricultora, que já foi chamada de produtora de maconha por Paulo Maldos, agora é qualificada como "fazendeira".A medida que os ocupantes deixam o território, os imóveis e toda a infraestrutura como estradas, luz, água e dentre outras instalações que propiciem condições de moradia estão sendo destruídos pelos tratores. Veja matéria da TV Mirante, afiliada da Rede Globo, sobre sobre a tentativa de suicídio da agricultora:Fazendeira é detida após se recusar a sair de terra indígena Awá-Guajá. A TV Mirante pertence ao clã Sarney e está fazenda uma cobertura chapa-branca da operação. Foi a única equipe de TV autorizada a cobrir a ação da Funai.Veja matéria do jornal O Imparcial: Fazendeira tenta atear fogo no próprio corpo para não sair da terra indigena Awa-GuajáFonte: Blog Questão IndígenaCOMENTÁRIOSROBERTO CARLOS MAURER | ALMIRANTE TAMANDARÉ DO SUL - RSPOBRE DE NOS BRASILEIROS SENDO TOCADOS HUMILHADOS ENJUSTIÇADOS POR QUEM PAGAMOS PARA NOS DEFENDER(EXÉRCITO)É TRISTE É COMOVENTE E É DESESPERADOR NÃO TER NINGUÉM A QUEM POSSA RECORRER AFINAL O QUE SOMOS? TALVES PESSOAS DE UMA SIMPLISIDADE DE ESTUDO QUE NOS FOI NEGADO ARRANCAM OS POBRES MISERAVEIS COMO UMA CRIANÇA EM UM ABORTO,SOBRA AQUELES MAIS EXTRUTURADOS POREM ENFRAQUECIDOS SEDEM,E O JUSTICEIRO ACHA QUE FEZ JUSTIÇA.POBRES COITADOS QUE DEUS O ABENÇÕE.26/02/2014 20:58 | VER MENSAGEM COMPLETACÍCERO JOSÉ LIBARDI | PONTA PORÃ - MSa que ponto chegamos. Não se tem mais a poder de mobilização. A dita retomada de áreas indigenas, vai tomando forma aos poucos em todos os cantos, atinge grandes fazendas e também pequenos agricultores, como no Maranhão e também no Rio Grande do Sul, e os sindicatos destes pequenos agricultores não se mobolizam. Porque será ..............Lembro-me que antes do atual partido subir ao poder estes sindicatos tinham um grande poder de mobilização, seus líderes eram " bons ", e onde estão agora..........26/02/2014 17:45 | VER MENSAGEM COMPLETAJOAO AUGUSTO PHILIPPSEN | SANTO AUGUSTO - RSEsta semana no Entre Aspas, entrevistaram acadêmicos que estão dizendo que o brasil esta se tornando um país violento, vajam o que faz o governo brasileiro a colocar o Exercito a expulsar brasileiros de suas casas para viverem embaixo de lonas ou pontes, brasileiros que tiravam d'ali seu sustento, trabalhadores que ganhavam o seu pão com dignidade (chamados de plantadores de maconha pelo governo), agora viverão do bolsa esmola tornando-se prisioneiros dos mandatários do poder. Triste realidade vermelha que toma conta do nosso verde e amarelo Brasil.26/02/2014 16:39 | VER MENSAGEM COMPLETAIVO VICENTE BASSO | RIO BRILHANTE - MSJÁ ESCREVI E TORNO A ESCREVER: A BARBÁRIE BRASILEIRA É MUITO MAIOR QUE A BOLIVARIANA! COM TORTURAS FÍSICAS, ESPIRITUAL, PSICOLÓGICA E MORAL! CADÊ AS EMISSORAS QUE GOSTAM TAMTO DE MOSTRAR OS BLEK??? SERÁ QUE ESTÁ FALTANDO PATROCINADOR OU SÃO CONIVENTES?? 26/02/2014 16:36NOTÍCIAS RELACIONADASMatéria da Band mostra conflito gerado pela Funai no sul da BahiaFunai usa tratores para demolir casas de pequenos agricultores no MaranhãoAssista ao vídeo com depoimento das famílias que estão sendo expulsas da região de São João do Caru-MACNA divulga nota oficial sobre a proposta de mediação de conflitos do Ministério da JustiçaEstudo sugere mediação como forma de solucionar disputas por terrasACESSAR VERSÃO COMPLETA© 2014 Notícias Agrícolas. Todos os direitos reservados.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Para funai,Indio não pode progredir

Para a FUNAI, índio não pode progredir Colado por Rosy Lee Brasil AGÊNCIA BOA IMPRENSA – (ABIM) NOTÍCIAS - DEMAIS1Paulo Henrique Chaves Os leitores ainda devem se lembrar da Raposa/Serra do Sol, denominação dada à reserva indígena das etnias macuxi e wapichana, entre outras. Localiza-se a nordeste do Estado de Roraima e possui 1.743.089 hectares. Segundo dados do censo de 2008 do IBGE, essa região abrigava cerca de 20 mil índios e não-índios. Em abril de 2005, o então presidente Lula decretou a demarcação da reserva indígena em território contínuo, ao mesmo tempo em que ficava proibido o ingresso, o trânsito e a permanência de pessoas ou grupos não-indígenas dentro do perímetro da reserva. Os não-índios ali residentes tinham no máximo um ano para se retirar. Eles deveriam abandonar uma área com cerca de 600 habitantes, nos vilarejos de Socó, Mutum e Surumu, e o mesmo deveriam fazer os produtores rurais que exploravam 47 pequenas fazendas de criação de gado e 16 proprietários de lavouras de arroz. Entre estes, apenas seis eram responsáveis por 8% do PIB de Roraima. Vencido o prazo, contrafeitos, todos tiveram de abandonar à força a região. Por sua vez, o governo federal não facilitou em nada os retirantes assim ejetados de suas raízes. Os que tinham recursos ainda puderam se arranjar, mesmo provisoriamente, enquanto os outros foram engrossar as favelas da capital, Boa Vista. * * * Passados quatro anos da infeliz ‘desintrusão’ dos não indígenas da Raposa/Serra do Sol, os problemas vêm se multiplicando. Um exemplo: a todo-poderosa FUNAI acaba de notificar o indígena Janegildo Lima Barros e sua mãe Regina para que se retirem da reserva em até 30 dias, prazo que começou a contar a partir do dia 18 de outubro p.p..  Os dois são acusados pela Procuradoria da FUNAI de comercializar gado na terra que detêm na área, o que está proibido desde a demarcação em área contínua, em 2009. Na notificação, a FUNAI argumenta ainda que os dois não possuem “condições/qualidades de indígenas”. Ou seja, seriam não-índios e, por isso, não podem viver na reserva. A família de Janegildo chegou a receber indenização da FUNAI no valor de R$ 180 mil para deixar a área quando a demarcação contínua foi decidida pelo STF. Esse montante é o que o governo calculou que valeriam as suas benfeitorias. Mas eles asseguram que são indígenas e que têm o direito de permanecer na terra.  Para comprovar o que afirmam, eles apresentaram vários documentos emitidos pela própria FUNAI, em que aparecem como indígenas. Tal afirmação é do jornalista Evandro Éboli e foi publicada em “O Globo” em fins de outubro. ( * ) Paulo Henrique Chaves é escritor e colaborador da ABIM.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Carta sobre 'morte coletiva' de índios gera comoção e incerteza

Carta sobre 'morte coletiva' de índios gera comoção e incerteza 26/10/2012 | 15h37min A carta dos indígenas Guarani-Kaiowá, anunciando o que foi interpretado por muitos como uma ameaça de suicídio em massa, vem gerando comoção, mas também incerteza sobre o real significado do documento assinado por líderes da tribo. A carta, que teve ampla repercussão nas redes sociais e em portais de notícia do Brasil e do exterior, foi interpretada como um anúncio de suicídio coletivo por parte dos Pyelito Kue, comunidade de 170 indígenas que expôs seu desespero após receber uma ordem de despejo da terra onde vive acampada. Na carta, os indígenas afirmavam que dali não sairiam vivos. O documento fala em "morte coletiva" e afirma que, se insistir no despejo, o Estado estará decretando a morte dos indígenas, exprimindo profunda desesperança no governo e na Justiça Federal. Diante da repercussão do suposto anúncio de suicídio, a Conselho Indigenista Missionário (Cimi) interveio com uma nota de esclarecimento na terça-feira: "Os Kaiowá e Guarani falam em morte coletiva (o que é diferente de suicídio coletivo) no contexto da luta pela terra, ou seja, se a Justiça e os pistoleiros contratados pelos fazendeiros insistirem em tirá-los de suas terras tradicionais, estão dispostos a morrerem todos nela, sem jamais abandoná-las. Vivos não sairão do chão dos antepassados." Porém, nem o Cimi nem outras lideranças indígenas se arriscam a negar a possibilidade de que ocorram suicídios. Membro do Conselho da Aty Guasu, grande assembleia do povo Kaiowá e Guarani, o vereador Otoniel Ricardo disse à BBC Brasil não poder afirmar "que isso não pode acontecer". "São eles que decidem. Se mexer (na terra onde estão acampados), pode acontecer. Se não mexer, eles vão continuar vivendo lá porque o território é deles", diz Ricardo. "O que eles decidiram é que não vão mais sair dali, nem vivos nem mortos. Querem ser enterrados lá mesmo." Na sexta-feira passada, a afirmação categórica por parte da Fundação Nacional do Índio (Funai) de que "não há intenção de suicídio", em um comunicado, irritou a Aty Guasu. Em sua página no Facebook, lideranças da assembleia disseram que o órgão havia sido "autoritário" e parecia estar "ignorando o fato conhecido de suicídio epidêmico do povo Guarani e Kaiowá do Mato Grosso do Sul". Por sua localização remota, é difícil estabelecer contato telefônico com o Pyelito Kue. Uma equipe do Cimi foi enviada para o povoado para falar da repercussão da carta e saber suas reações. Despejo Tribo Guarani-Kaiowá detém maior taxa de suicídios no Brasil; grupo enfrenta ordem de despejo A carta que chamou tanta atenção expõe o desespero do pequeno povoado de Pyelito Kue, após receber uma ordem de despejo da Justiça Federal no fim de setembro. Há um ano, o grupo de 170 indígenas vive acampado em terras de uma fazenda à beira do rio Hovy, no município de Iguatemi, no Mato Grosso do Sul. "Pedimos ao Governo e à Justiça Federal para não decretar a ordem de despejo/expulsão, mas solicitamos para decretar a nossa morte coletiva e para enterrar nós todos aqui", dizem no documento. "Pedimos, de uma vez por todas, para decretar a nossa dizimação/extinção total, além de enviar vários tratores para cavar um grande buraco para jogar e enterrar os nossos corpos. Esse é nosso pedido aos juízes federais." De acordo com a Funai, a área ocupada pela comunidade está em estudo. "Os estudos precisam ainda ser aprovados e enviados ao Ministro da Justiça para que a terra indígena seja declarada de ocupação tradicional do grupo indígena e seja demarcada." Expulsos de sua terra originária e aguardando há décadas a demarcação das áreas a que têm direito garantido pela Constituição Federal de 1988, os Guarani-Kaiowá são 45 mil brasileiros. Vivem em sua maioria espalhados pelo Mato Grosso do Sul, disputando a terra com o rico agronegócio do estado. Coordenador regional do Cimi para o Mato Grosso do Sul, Flávio Machado afirma que a carta expõe as dificuldades não apenas do Pyelito Kue, mas de toda a população Guarani-Kaiowá, que são a segunda maior população indígena no Brasil. "A carta retrata uma situação dramática daquilo que praticamente todo o povo Guarani-Kaiowá está vivendo", diz Flávio Vicente Machado, coordenador regional do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) para o Mato Grosso do Sul. Violência Nos últimos dez anos, afirma, quase não houve avanços na demarcação de territórios indígenas no país. Enquanto isso, a violência contra indígenas no estado se acirra, com assassinatos de líderes e ataques frequentes de pistoleiros. Nas últimas semanas, segundo o Cimi, diversas comunidades Guarani-Kaiowá sofreram ataques e agressões no estado, como Potrero Guasu, Arroio Korá e Laranjeira Nhanderu. Em repúdio aos ataques, movimentos sociais organizaram um ato em defesa aos Guarani-Kaiowá em Brasília na sexta-feira. Cinco mil cruzes foram fincadas na Esplanada dos Ministérios para chamar atenção para o que manifestantes classificaram de "genocídio". Grupo indígena pode ser expulso de terras ancestrais no Mato Grosso do Sul Na manhã desta quarta-feira, 21 mil pessoas já haviam assinado a petição intitulada "Vamos impedir o suicídio coletivo dos índios Guarani-Kaiowá" no site Avaaz, que mobiliza abaixo-assinados pela internet. A interpretação de suicídio em massa vem ancorada em uma dura realidade: a de que os Guarani-Kaiowá detém um dos mais altos índices de suicídio no país e, de acordo com o Cimi, no mundo. A cada seis dias, um jovem guarani-kaiowá tira a própria vida. Dados do Ministério da Saúde divulgados neste ano mostraram que, de 2000 para cá, 555 indígenas dessa etnia cometeram suicídio, sendo a maior parte dos casos por enforcamento (98%) e cometidos por homens (70%), a maioria deles na faixa dos 15 aos 29 anos. Falta de perspectiva Os índice é bastante superior à média nacional. Em 2007, foi de 65 indígenas por cada 100 mil habitantes, contra 4,7 pessoas a cada 100 mil em todo o Brasil. Estudiosos associam o alto número de suicídios entre as tribos à insuficiência de terras, à falta de perspectiva de ter territórios demarcados e ao confinamento em reservas indígenas. Os índices de homicídio também são alarmantes. Relatórios de violência do Cimi mostram que, nos últimos anos, o Mato Grosso do Sul vem liderando "o triste ranking de estado mais assassino de indígenas": "Os Guarani-Kaiowá são um povo que está sendo culturalmente e politicamente assassinado. Ora pela falta de vontade política do governo, ora por pistoleiros, a mando de fazendeiros", considera Flávio Machado. Na carta dos Pyelito Kue, eles afirmam que quatro pessoas da comunidade já foram mortas, duas por suicídio e duas "em decorrência de espancamento e tortura de pistoleiros das fazendas". "Já perdemos a esperança de sobreviver dignamente e sem violência em nosso território antigo, não acreditamos mais na Justiça Brasileira", afirma o documento. BBC Brasil