sábado, 30 de janeiro de 2010

Em Assembleia, Índios do Ceará debatem e reivindicam direitos

28 de Janeiro de 2010 - 13h05



Atualizado Rosy Lee Brasil Em Assembleia, Índios do Ceará debatem e reivindicam direitos
Representantes dos 14 povos indígenas de 17 municípios se reúnem na XV Assembléia Estadual dos Povos Indígenas do Ceará, que acontece esta semana, de 26 a 30, na Aldeia Matões, em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza. O tema central do encontro é “Progresso e respeito aos povos” e do programa constam debates sobre a situação das terras indígenas, políticas públicas e espiritualidade. Estão previstas também visitas, lançamento de livro e apresentações culturais.
Cerca de 260 delegados devem participar da Assembléia, avalia Antonio Ricardo Domingos da Costa, mais conhecido como Dourado Tapeba, integrante da Comissão Organizadora. Para ele, um dos pontos principais das discussões será a questão fundiária. “Queremos a demarcação e regularização das terras. Sem terra regularizada não podemos produzir nem construir escolas”, diz. A maior parte dos processos, lembra ele, está na Justiça. Segundo Dourado, apenas o processo referente a área dos Tremembés de Acaraú-Itarema, na região norte do Ceará, está concluído e homologado.

A busca de viabilização de políticas públicas, especialmente relativas à saúde e educação, é outro assunto de destaque na Assembléia. Reivindicações nesse sentido serão formalizadas no documento final a ser enviado às autoridades. Quanto à espiritualidade indígena, Dourado comenta ainda que na programação será expressa por meio de danças como o toré e o torém. “Outros rituais a gente não gosta de divulgar não”, explica.

Pesquisador da cultura indígena, o professor do curso de Psicologia da Universidade Federal do Ceará – Campus de Sobral, Babi Fonteles, coordena o curso de Magistério Indígena Superior Intercultural dos Povos Pitaguary, Tapeba, Kanindé, Jenipapo-Kanindé e Anacé (Misi-Pitakaja). Para ele, o fato de ser a décima-quinta edição da Assembléia, mostra a continuidade do movimento indígena local que começou ganhar força em meados dos anos 1980.

O encontro, em sua opinião, é o momento por excelência para os representantes das etnias debaterem, avaliarem e planejarem. A educação, diz Babi, é um dos temas centrais nas estratégias de luta. “Um conjunto de comunidades já se mobiliza por conta da educação”, ressalta.

Veja aqui a programação do encontro

Fonte: Agência da Boa Notícia

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