domingo, 17 de janeiro de 2010

Real Forte Príncipe da Beira -Arqueologia resgata história de forte abandonado em Rondônia

/ Arqueologia


17/01/10 - 07h05 - Atualizado em 17/01/10 - 07h05

Arqueologia resgata história de forte abandonado em Rondônia
Forte Príncipe da Beira servia para guardar fronteira do Brasil.
Inaugurado em 1783, ficou sem uso durante a maior parte do século XX.

Dennis Barbosa
Do Globo Amazônia, em São Paulo

Aualizado Rosy Lee Brasil
Abandonado por décadas, o Real Forte Príncipe da Beira, um dos marcos mais monumentais da ocupação portuguesa na Amazônia está sendo estudado por arqueólogos para ser restaurado e, quem sabe, virar uma importante atração turística da região amazônica.


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A praça interna do forte tem cerca de 10 mil metros quadrados de área. (Foto: Divulgação)
Projetada pelo arquiteto italiano Domingos Sambucetti, que morreu de malária durante a obra, a construção está localizada às margens do Rio Guaporé, na fronteira do Brasil com a Bolívia, no município de Costa Marques (RO). A função do forte inaugurado em 1783 era guardar os limites entre os impérios português e espanhol. Quando a ocupação da região já estava consolidada, perdeu sua função e acabou abandonado.






Agora, um projeto de recuperação de fortificações do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) está permitindo conhecer melhor como era a vida dos ocupantes do Príncipe da Beira. Mais de 40 mil peças já foram encontradas nas escavações da parte interna do forte. “Há muitos restos de fardamentos, insígnias militares. Encontramos 2.200 balas de canhão”, relata Fernando Marques, arqueólogo do Museu Paraense Emílio Goeldi que desde o ano passado desenvolve trabalho de campo no sítio.





Para identificar o local em que cada objeto é encontrado, os arqueólogos dividem o sítio em quadrantes. Os da foto têm 2m por 2m. (Foto: Divulgação)

Um dos aspectos interessantes do material recolhido no trabalho de recuperação é a evidência da integração dos militares com a população da região. Nas escavações foram encontradas “louças europeias misturadas com cerâmicas nativas", segundo relata Marques. “Dentro do espaço do forte havia capela, hospital, boticário, costureiros. E, ao lado dele, foram surgindo comunidades”, descreve o arqueólogo. Segundo ele, suas instalações permitiam dar abrigo a cem soldados.





A área central onde grande parte dos objetos foram encontrados é um quadrado com 10 mil metros quadrados de área. A frente externa do forte tem 250 metros. A imponência da construção não chegou a ter emprego em batalha, já que o forte nunca esteve envolvido em combate.

Segundo Marques, a restauração do forte deve demorar mais dois ou três anos. Então, estará pronto para visitação turística. Como a construção fica num local isolado, a cerca de 800 km da capital Porto Velho, uma opção para atrair visitantes será incluí-lo em roteiros de turismo ambiental pela região.







Pedaços de cerâmica encontrados na parte interna do forte. (Foto: Divulgação)

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