sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Antes rivais, Camargo Corrêa e Odebrecht se unem por Belo Monte

Antes rivais, Camargo Corrêa e Odebrecht se unem por Belo Monte
Enviada em 19 de janeiro de 2010 – Imprimir – Enviar para um amigo
atualizado Rosy lee Brasil
Menos de um ano depois de se engalfinharem na disputa pelas concessões das usinas de Jirau e Santo Antônio, no Rio Madeira, com troca de acusações e questionamentos na Justiça, as empreiteiras Odebrecht e Camargo Corrêa se uniram para brigar por outro grande projeto hidrelétrico no país. As duas empresas confirmaram ontem que estarão juntas num consórcio que participará da licitação para a Usina de Belo Monte, no Rio Xingu (Pará).

Como terão ainda um terceiro investidor como sócio no consórcio, as duas empresas se disseram impedidas por um termo de confidencialidade para dar mais detalhes da estratégia de associação. Informaram apenas que a experiência que têm em projetos similares lhes possibilita grandes oportunidades de êxito na disputa por Belo Monte, que será uma das três maiores hidrelétricas do mundo.

O governo definiu que pelo menos dois grupos vão disputar a licitação da usina e não abre mão disso. Para forçar esta situação, novamente serão mobilizadas as subsidiárias da Eletrobrás.

As mais cotadas são Eletronorte e Furnas. A própria holding estatal poderá participar do negócio, como sócia estratégica do consórcio vencedor.

A formação de dois grupos é condição essencial de disputa em um leilão a ser vencido por quem oferecer a menor tarifa para a eletricidade. Para uma importante fonte governamental, o “casamento perfeito” na formação dos grupos será unir uma grande construtora e uma estatal de energia. Outras empresas e instituições financeiras deverão engrossar os consórcios.

Para esta fonte, a união da Odebrecht com a Camargo Corrêa não inviabiliza a formação de dois consórcios. Haveria outros interessados do mesmo porte.

Maior empreendimento do gênero em preparação no mundo, Belo Monte vai precisar de sócios fortes associados para dar conta de sua construção, que tem números faraônicos e, por isso, embute elevado risco.

Orçada oficialmente em menos de R$ 20 bilhões, é avaliada pelo setor privado em ao menos R$ 30 bilhões.

Nas próximas semanas, deverão ser realizadas reuniões entre Eletrobrás e técnicos do Ministério de Minas, da Casa Civil e da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) para discutir a participação das subsidiárias da holding no leilão de Belo Monte.

O leilão deverá ser semelhante aos de Jirau e Santo Antônio.

Ganha a licitação o consórcio que oferecer a menor tarifa.

A construção de Belo Monte é muito importante para o país, porque deverá gerar cerca de 41, 6 milhões de MWh/ano, o suficiente para atender ao consumo de 20 milhões de pessoas por ano.

Minc: licença deve ser concedida em fevereiro O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, informou ontem que a licença ambiental inicial de Belo Monte deverá ser concedida em fevereiro pelo Ibama.

— A expectativa é que no início de fevereiro seja resolvido, porque os grandes problemas ambientais foram sendo resolvidos durante o processo de licenciamento — afirmou Minc.

Tanto o ministro como o colega da pasta de Minas e energia, Edison Lobão, aguardavam a licença ambiental para novembro e chegaram a anunciar que isso ocorreria, o que poderia ter viabilizado em 2009 o leilão da usina. Sem a licença, o leilão ficou para o primeiro semestre deste ano, ainda sem data marcada.

— Faltaram vários complementos (para conceder a licença em novembro)… Os últimos complementos que a Eletrobrás deu foi na semana passada, ligados a parte de volume de água da usina — afirmou Minc.

Fonte: O Globo

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