sábado, 14 de novembro de 2009

Anistia exige que Brasil reforce buscas por índio

Anistia exige que Brasil reforce buscas por índio
Sábado, 14 de Novembro de 2009 08:44
Fernanda Mathias
atalizado Rosy Lee Brasil

A Anistia Internacional enviou um comunicado aos governos brasileiro e paraguaio pedindo que sejam redobrados os esforços nas buscas pelo professor índio Rolindo Vera, desaparecido desde o dia 30 de outubro quando houve confronto entre índios e seguranças de fazendeiros no município de Paranhos, região de fronteira. A organização exige que o caso seja investigado e que os responsáveis sejam punidos pela ação violenta.

Um corpo foi encontrado no córrego Ypoi, com várias perfurações e em um primeiro momento a Polícia Civil confirmou que seria do índio Genivaldo Vera, também professor e primo de Rolindo. Será feito exame de DNA.

Os dois professores ensinavam literatura na Aldeia Pirajui, uma comunidade “extremamente pobre e com alta mortalidade infantil” e palco de violenta disputa por terras, reivindicadas pelos índios que alegam ter pertencido a seus ancestrais. No dia 28 de outubro um grupo de 25 índios guarani – kaiowá, da aldeia Pirajuí, reocuparam a fazenda São Luiz onde dois dias depois ocorreu o confronto.

“Dúzias de homens armados chegaram em um caminhão e começaram a atirar balas de borracha, fazendo com que crianças e mulheres fugissem”, cita a Anistia, acrescentando que membros da comunidade disseram ter visto Genivaldo ser arrastado por atiradores e Rolindo fugindo para os arbustos. Índios do outro lado da fronteira relataram movimentos suspeitos que podem ser evidência de que Rolindo foi seqüestrado e levado para o Paraguai.

“As ONGs (Organizações Não Governamentais) locais estão extremamente preocupadas com Rolindo Vera e vêm criticando as autoridades pela lentidão para responder aos apelos da comunidade por uma investigação sobre seu paradeiro”, cita a Ansitia.

Milícia – Ainda de acordo com a Anistia, as áreas já deveriam estar identificadas como indígenas para demarcação, mas “o lobby dos fazendeiros repetidamente vem bloqueando os estudos antropológicos necessários para a identificação”.

Ressalta, ainda, que o caminho dificultoso para atender a reivindicação por terra é responsável pela reocupação de áreas resultando em confrontos violentos, muitas vezes envolvendo a milícia a serviço de fazendeiros.

“Companhias irregulares de segurança, muitas vezes agindo como milícia armada a serviço de fazendeiros e agroindústrias, tem se envolvido em vários casos de violação de direitos humanos na área rural do Brasil e continuam sendo uma séria ameaça aos povos indígenas e trabalhadores rurais que lutam por direito à terra”, finaliza o documento.

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