segunda-feira, 25 de maio de 2009

Cerca de 100 pessoas do povo Guarani Kaowá serão despejadas amanhã pela manhã da terra indígena Laranjeira Nhanderú

25/05/2009 17:00
PF despeja índios nesta 3ª em Rio Brilhante

Jacqueline Lopes

Cerca de 100 pessoas do povo Guarani Kaowá serão despejadas amanhã pela manhã da terra indígena Laranjeira Nhanderú, próxima do município de Rio Brilhante, a 163 quilômetros de Campo Grande. Segundo informações do Cimi (Conselho Indigenista Missionário), as famílias ficarão acampadas à beira da BR-163.

A fazenda tem 450 hectares e se chama Santo Antonio da Nova Esperança, de Júlio César Cerveira. Há recurso do Cimi no TRF (Tribunal Regional Federal) 3ª Região, em São Paulo. Mas, por ora vale a decisão da Justiça Federal de Dourados.

Há um ano e meio elas estão na área. Foi feito acordo com PF (Polícia Federal) , que já estava preparada para retirá-los da terra. A Polícia Militar deverá participar da reintegração.

A terra Laranjeira Nhanderú ainda preserva os últimos resquícios de Mata Atlântica da região.



Abrigados em barracos embaixo das árvores, a comunidade esperou uma solução definitiva para a falta de demarcação da terra.



Os movimentos sociais e entidades que atuam na defesa dos direitos humanos no Mato Grosso do Sul manifestaram seu repúdio "a mais esse ato de violência", segundo matéria publicada no site do Cimi.



Os indígenas exigem "a continuidade dos trabalhos de identificação e demarcação de todas as terras Kaiowá Guarani, conforme o acordo firmado pelo Ministério Público Federal e Fundação Nacional do Índio (Funai) e os demais povos indígenas no estado."

Um grupo de defensores dos direitos indígenas fará uma Caravana de Solidariedade à comunidade 11indigena de Laranjeira Nhanderú para prestar apoio às famílias Guarani Kaiowá. Os movimentos sociais acompanharão a saída do povo de suas terras, para que seja garantida a integridade física dos anciões, adultos, jovens e crianças. A imprensa deverá enviar jornalistas para registrar mais um despejo.

Fazendeiros

No dia 12 de maio, o diretor-secretário da Famasul (Federação da Agricultura de Mato Grosso do Sul), Dácio Queiroz, disse apresentou aos representantes da comissão de Agricultura da Assembléia Legislativa a decisão judicial assinada pela juíza federal Kátia Cilene Firmino, da 2ª Vara Federal de Dourados, que determinava oficiar ao MPF (Ministério Público Federal) para que adote providências quanto à resistência de indígenas em desocupar a propriedade na região de Rio Brilhante.

Conforme a decisão, a Funai descumpriu ordem judicial ao não providenciar a desocupação dos indígenas, já que a Fundação não disponibilizou área para a transferência dos indígenas.

A juíza Kária Firmino determinou prazo de 15 dias para a retirada dos ocupantes. A decisão é de 29 de abril.

(Com informações de Cimi)

Nenhum comentário: